Descrição
A protagonista deste romance tão festejado é Nazneen, uma bengalesa muçulmana de 18 anos, casada com um homem de 40. Seu casamento foi arranjado pela família, algo bastante comum em sua cultura. Mas a moça não vive em Bangladesh ela é um dos milhares de imigrantes orientais que vivem em Londres, tentando não deixar que o estilo de vida ocidental sufoque suas raízes.
Nazneen é uma jovem absolutamente conformada, educada para aceitar qualquer coisa que o destino lhe reserve. É por isso que ela tolera Chanu, o marido que seus pais lhe arranjaram, um homem medíocre, enfadonho, feio e confiante numa promoção que seu chefe jamais lhe dará. Mas Nazneen se esforça para pensar apenas nas qualidades daquele quase estranho. “Pelo menos ele é um homem bom”, é o que ela sempre pensa, enquanto usa uma gilete para cortar os calos do marido.
Em tese, Chanu não a proíbe de fazer coisa alguma. Mas ele a desencoraja a aprender inglês, a fazer amizades, a ir à rua. Tudo para que ela seja totalmente dependente dele. Nazneen é o que ele chama de garota de aldeia, uma jovem educada para servir cegamente ao marido, à moda tradicional, ao contrário das mulheres estragadas que se deixam contaminar pelo Ocidente. A própria Nazneen acredita no que sua mãe sempre lhe dizia: “Se Deus quisesse que nós fizéssemos perguntas, teríamos nascido homens”. No entanto, apesar das adversidades, a esposa se revela bem mais preparada que o marido para enfrentar o mundo. E com o passar dos anos, muito lentamente, a cultura ocidental findará arrastando a imigrante bengalesa para o seu turbilhão, sem que Chanu possa fazer nada para impedir.