Descrição
A obra baseada em correspondências oficiais enviadas a Lisboa, além do famoso diário escrito por Rolim de Moura, desde sua saída de São Paulo até as minas do Cuiabá, apresenta a luta, por vezes épica, do primeiro governador de Mato Grosso na implantação da capitania, criada em 1748 por decreto real.
Com toda a disposição de recriar no sertão um pedaço de Portugal que assegurasse a posse de vasto território em disputa com a Espanha, Rolim de Moura espantava-se com o exotismo e a abundância de tanta água e tanta terra. E o que dizer do povo? Ao tentar ordenar, para o bem do Reino, aquela gente anárquica e ambiciosa, sempre à procura de ouro e pedras preciosas, o governador concluía que era melhor deixar que eles fizessem a sua própria vontade, para não cair em descrédito.
A aparência de querubim do governador, na verdade, encobria uma personalidade férrea, que não sucumbiu diante das adversidades administrativas coloniais, da luta permanente contra os jesuítas espanhóis, da pobreza dos colonos rebeldes, e do ataque impiedoso do mosquito anófeles, transmissor da malária. Apesar disso tudo, apresentou sempre sua deferência e obediência ao monarca português, via Marquês de Pombal.