Descrição
A sala de aula, os diferentes espaços da escola, esse local de circulação de culturas, comunicação social, interação entre gerações e grupos sociais foi bem imaginado e ilustrado em relatos de diferentes textos literários e cinematográficos. No campo da teoria social e pedagógica também muito se tem produzido sobre esse objeto de estudo, por tudo que ele condensa de fundamental no entendimento de mecanismos propiciadores de regulação e controle na sociedade moderna. É este o locus da investigação apresentada neste livro, que faz interatuar diferentes identidades e culturas, convivendo no interior de um colégio da rede pública municipal do Rio de Janeiro com o rígido formalismo de sua organização, seus mitos e ritos de iniciação, que pretendem instaurar uma certa homogeneidade de saberes, posturas e sentimentos. A escola não está falida, como pretendem alguns, pois ela mantém atuante sua posição na circulação e distribuição de um importante capital simbólico representado pelos conhecimentos escolares. Nela se produzem e reproduzem subjetividades e se legitimam autorizações, interdições e privilégios profissionais. O olhar que não quer ver: histórias da escola traz para o leitor narrativas deste ambiente cultural ativo e reativo, rico em possibilidades e que, por isso, é múltiplo e profundamente inserido em seu tempo, assim como na construção da história de um povo e na busca de sentidos para viver.