Descrição
O nome dele era Benedito. Dito. Negro. Treze anos. Morava numa fazenda. Sonhava demais. Só que o sonho era pequenino, barato. O engraçado é que Benedito dava sorte pra todo mundo. Só não dava pra ele mesmo. Onde botava as mãos pros outros, desgraça virava festa, com bandeirinha e tudo. Doente logo sarava, planta mirrada crescia, passarinho cantava, flor logo se abria. Mas, se fosse um pedido pequenino, assinzinho, pra ele mesmo, se fosse coisa que sonhasse pra ele, não dava pé. Dito não tinha nada. Era um órfão sofredor, maltratado e explorado, porém seu espírito estava cheio de amor e de música.